domingo, 28 de dezembro de 2008

A luz dos olhos teus

Era um olhar diferente, misterioso talvez, prendeu-lhe atenção por alguns minutos, mesmo que depois não pensasse mais nele. E ainda que algum tempo sem ver,  ao fitar novamente causava-lhe sempre o mesmo efeito,  como se deixasse uma marca, um rastro,  algo lhe fazia desejar mergulhar naquele mar negro e descobrir o que havia dentro dele. E nem uma tarde chuvosa trazia de volta a lembrança daqueles olhos, o momento passava e tudo voltava ao normal. Ela não sabia o que era, e ele talvez não fizesse idéia, mas algo uniu aqueles olhares, ainda que por razões e mundos diferentes, idéias e intensidades distintas, o fato é que imperceptível não foi para nenhum dos dois lados. Sem que ninguém se desse conta, algo mais que o olhar fez com que ela se encontrasse pensando  no que havia passado, o momento não era mais esquecido como era de costume. Ela sonha, ele talvez nem se lembre, mas a luz persiste e insiste em iluminar.

sábado, 6 de dezembro de 2008

É aquele sentimento

É aquele sentimento outra vez. Não sei porque isso existe, mas existe, e todo mundo sente. O caso é que parece que você é o único idiota no mundo que está se sentindo assim. É a cautela nas ações, perdendo as palavras e a naturalidade simplesmente desaparece, depois de tudo, um auto xingamento é inevitável: que atitude estúpida! Sou realmente imbecil, porque é que eu disse que o céu estava levemente verde e as nuvens pareciam algodão doce? E como é artificial tentar ser natural! Não há escapatória, você vai  fazer e falar coisas que você não queria  e deixar de dizer o que deveria ser dito e inevitalvelmente se passar por um completo babaca.  E o pior sintoma é sonhar acordado e acordar sonhando, com aquele sentimento tomando conta dos pensamentos e  diminuindo cada vez mais as doses de bom senso. Quem é que não sente ou já sentiu? Não é amor, claro que não, o amor nos faz completos idiotas mas é um estágio mais avançado, que talvez nem seja alcançado, e provavelmente não vai ser mesmo, as vezes só o primeiro estágio basta, já te deixa suficientemente idiota pra não querer nada além daquele primeiro e magnífico momento, que seria resultado de algo que poderia acontecer se não fosse o problema de você ficar sem ação devido ao efeito colateral daquele sentimento.


Liga não, se você falar comigo e eu não conseguir interagir como um ser humano normal como faço com todo mundo, é porque você me deixa idiota.