segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Bem vindo, 2011 / Welcome, 2011

Já chegou o fim do ano e encaramos mesma correria de todos os anos: compras, presentes, votos de paz, amor, felicidade e alegria. Partilhe o peru, abra a champagne, estoure os fogos. Festeje! Porque os bons momentos devem ser vividos intensamente, afinal, sem alegria a vida não faz sentido.


E quando o relógio badalar e a última noite de 2010 se for, dê as boas vindas ao novo ano, comemore, abrace e deseje todos os melhores votos aos seus queridos, amigos, amados, conhecidos. Mas não deseje nada em vão, seja verdadeiro. Quando passar o primeiro dia, não se esqueça das promessas que fez, nem do votos que desejou e tudo aquilo que compartilhou.


Lembre-se que você desejou saúde, então cuide-se e cuide de quem está perto. Você desejou amor, então ame para ser amado. Você desejou paz, então pare de arrumar problemas à toa. Você deseja um mundo melhor, uma vida melhor, então comece olhando para você mesmo.


Faça algo diferente a cada dia. Mude. A rotina pode ser boa se você aprender a conviver com ela e fizer pequenas mudanças. Você desejou um ano melhor, então faça isso acontecer. Perceba o mundo e veja o que está à sua volta, encare a realidade e não viva de modo automático. Preste atenção nos seus pequenos atos do cotidiano e seja consciente de você mesmo.


Há um sábio provérbio que diz que o passado é história, o futuro é um mistério, mas o hoje é uma dádiva, é por isso que se chama presente. Nunca se esqueça disso. Da próxima vez que entrar em um trem ou ônibus lotado de forma que você mal consegue se mexer, não fique inerte, acostumado com a rotina que lhe é imposta. Olhe para as pessoas ao seu redor e se pergunte porque é que estão todos naquela condição sub humana. Não entre no fluxo, não seja mais um boi andando com a boiada para chegar em casa, ver seu programa favorito na TV, comer, dormir, acordar e se preparar para um dia exatamente igual ao anterior.


Seja lá quais forem suas crenças, motivações e ambições, lute por elas. Tenha um feliz ano novo repleto de todas as realizações que você puder conquistar. Bem vindo, 2011!


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The year is ending and here we are facing the same running of all years: shopping, gifts, wishes for peace, love and happiness. Share the turkey, open the champagne, party with fireworks! Because good moments should be lived strongly. Without happiness life doesn't make sense, after all.


When the midnight is come and 2010 is gone, say welcome to the new year, let's celebrate, hug and wish all the best for those you love, your dearest friends, fellows. But don't wish anything in vain, be truthful. When the first day is gone, don't forget the promisses and wishes you have made and everything you shared.


Remember you asked for health, then take care of yourself and the ones which are next to you. You asked for love, then love to be loved. You want peace, then don't get in trouble for nothing. You want a better world to live, a better life, then start looking deep inside of you.


Make something different every day. Change. Routine can be good if you learn how to live with this and make little changes. You want a better year, then make it real. Realize the world and see what's around you, face reality and don't live in an automatic way. Pay atention to your acts and be conscious of yourself.


There is wise saying that says the past is history, the future is a mistery, but today is a gift, that's why it's called the present. Never forget it. Next time you get in a crowed bus or train the way you can't even move a finger, don't be inert just accustomed to the routine that is imposed to you. Look to people around you and ask yourself why all them are living in that subhuman condition. Don't fall in the flow just to get home and watch your favorite TV program, eat, sleep, wake up and get ready for another day exactly like the previous one.


Whatever your beliefs, motivations and ambitions are, fight for them. I wish you have a happy new year full of accomplishments. Welcome, 2011!

domingo, 19 de dezembro de 2010

Capitolina


Devo ser a pessoa mais suspeita para falar desse livro, afinal, conheço a autora e todo o processo de criação mais do que qualquer um pode imaginar. Acompanhei cada detalhe e li em português o que futuramente seria publicado em italiano.


Lançado em setembro de 2010 na Itália, Capitolina é o primeiro livro de Marina Sandoval, para os íntimos, Marinex. A história fantasiosa de duas pequenas fadas que se aventuram mundo afora é mais do que um livro infantil, por detrás das linhas se escondem verdades que muitos não ousam enxergar. É um livro curto, de agradável leitura e, quando você menos percebe, já está viajando nas costas do pé grande, bebendo poções mágicas, desmascarando elfos, falando com sapos e voando nas costas de um dragão que cospe flores.


Um livro para ser lido pelas crianças, pelos pais para os filhos, pelos pais para eles mesmos e por qualquer pessoa que não tenha esquecido o que é ser criança ou queira novamente sentir o gosto da infância. Se você mora na Itália, encontre o livro nas melhores livrarias, se não mora, procure a autora (www.marinasandoval.net), peça o seu e boa viagem! Se você não fala italiano, não se preocupe, isso pode ser um estímulo para você aprender a língua – ou aguarde a publicação da tradução para o português!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Cerimônia do Picadeiro

Hoje foi a cerimônia do Picadeiro. Com a diplomação e posterior posse dos futuros parlamentares, o governo consolidou-se em uma grande grande piada. O Tiririca não é o palhaço, ele é a piada da qual ele mesmo ri, enquanto nós, os palhaços, choramos. E mesmo quando a grande parcela dos palhaços coloca no poder candidatos que não poderiam estar ali, nem o Ficha Limpa barra o Maluf que, passando por cima da lei, transforma-a em um grande rolo de papel higiênico usado para limpar a bunda.


É meus amigos, consciência é um bem cada vez mais raro de se encontrar, e quando você encontra, não estão em um número suficientemente grande para causar algum barulho. Parece que a consciência está em extinção e acaba sendo uma grande desvantagem tê-la, pois quem não tem sofre menos, está sempre rindo. É fácil ser feliz quando não se está ciente de estar vivendo na própria merda. Pra que saber em quem votar? Basta votar na piada que vai te fazer rir.


Quando alguns conscientes se revoltam e resolvem fazer barulho, não sabem fazer no lugar certo. Ao fazer um protesto cuja consequência é engarrafar ainda mais uma cidade caótica como São Paulo, o resultado será muitos paulistanos emputecidos, e aqueles que deveriam ser atingidos assistirão pela TV em suas confortáveis residências, sustentadas pelo salário astronômico aumentado em mais de 60%, aos palhaços fazendo bagunça. E tudo o que eles farão é dar risada de lá do alto do picadeiro.


Que venham os manifestos! É bom se mexer de vez em quando, mas atinja quem se deve atingir, e talvez seja o caso de, ao invés de apenas participar de manifestos, tomar consciência também antes de votar. Não se esqueça também de analisar e avaliar o seu caráter, porque somados, os caráteres de cada indivíduo compõem o caráter de uma sociedade, e é da sociedade que saem os políticos. Mas se é pra queimar pneus, talvez fosse melhor fazê-lo em frente ao parlamento, o centro do picadeiro, ao invés de criar mais um transtorno na vida de tanta gente.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Amizades e efemeridades

A vida é uma caixinha de surpresas, às vezes bem agradável, mas também pode ser bem amarga. As pessoas que passam por nossos caminhos são como presentes que recebemos. Podem também ser doces, amargas, suaves, duras, arrogantes, cheias de defeitos bem como cheia de qualidades.

Cada um que entrou na sua vida foi por um bom motivo, alguns saíram naturalmente, outros permanecem. Tantos outros devem entrar e permanecer, outros tantos devem entrar para igualmente sair. Não é nada demais, acontece naturalmente. Ninguém mantém até o fim dos dias todos os amigos que conheceu na infância, na adolescência e ao longo do caminho que percorremos, é o ciclo natural da vida.

Mas algo que sempre deve ser levado em conta é que cada pessoa que atravessou o seu caminho e lhe acrescentou algo de bom, tendo ela permanecido ou não na sua vida, tenha ela trilhado um caminho paralelo ao seu ou tenha ela dobrado a esquina para tomar outro rumo, tem uma marca especial no seu coração gravado para a eternidade, simplesmente porque não se apaga o que lhe foi acrescentado.

Aquilo que aproxima ou afasta as pessoas é algo tão delicado e tênue que chega a ser difícil perceber. Algumas pessoas entram na nossa vida e mesmo sem qualquer relação íntima ganha seu carinho e sua afeição incondicional. Outras por compatibilidade de alma, ou simplesmente compatibilidade de ideias invadem o seu campo intelectual e quando percebem já estão por horas perdidos em uma agradável e envolvente conversa.

O que as faz permanecerem ao seu lado ou tomar outro rumo pode ser tão efêmero quanto o ato de se aproximar. Um amor incondicional ou uma afinidade inexplicável pode manter unidas duas pessoas por mais de uma vida. Por outro lado, uma besteira, uma incompatibilidade de gênios, um orgulho ferido ou simplesmente um papel que tinham que desempenhar um ao lado do outro já cumprido podem afastar duas pessoas para sempre ou por tempo indeterminado até que haja um motivo para que se reencontrem novamente.

De uma forma ou de outra continuo trilhando meu caminho a cada dia, construindo-o com tijolinhos formados por pessoas maravilhosas que continuam entrando no meu caminho ao mesmo tempo em que outras saem. Mas todas igualmente têm um espaço reservado pra sempre no fundo do meu coração e gravado na minha alma, porque sem cada uma delas eu não seria hoje a pessoa que sou.

A todos vocês que fazem e fizeram parte da minha vida e me deram a oportunidade de crescer um pouco mais a cada encontro, um grande obrigado.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Ela não sabia sorrir

Andava retraída, fechada, o chão tomava conta da maior parte do seu campo de visão. Perdia os olhares à sua volta, esquecia do mundo, mergulhava em uma imensidão introspectiva ignorando o que a rodeava.


Era um mundo pequeno, cheio de certezas e convicções abrigadas por um castelo de areia recoberto por uma fina camada de cimento. A camada foi desgastando com o tempo, pouco a pouco aquelas certezas começavam deslizar com o castelo que começava a ruir.


O vento levava tudo aquilo que havia demorado alguns anos para construir e se proteger. Convicções se conflitavam, as certezas já não eram tão certas e tudo que lhe era claro de repente lhe parecia confuso. Olhava a sua volta e não percebia o quanto afastava os que lhe queriam bem e todos aqueles que algo de bom poderiam lhe trazer.


Foi quando se deparou com um sorriso, era um lindo sorriso. Pensou naquele sorriso dia e noite e quando tornou a encontrar seu dono, o sorriso não estava mais lá. Dia após dia ela comparecia para ver o sorriso, mas nada de ele brilhar. Ela se perguntava o que poderia ter acontecido. Afinal, porque alguém iria esconder um sorriso tão bonito? Foi então que tudo se esclareceu.


De sua boca um sorriso se esboçou e como que num passe de mágica, outros sorrisos começaram a brotar ao seu redor. Aquele lindo sorriso que estava apagado voltou a brilhar diante de seus olhos. Quando aprendeu a sorrir, a vida passou a fazer sentido.


 

domingo, 21 de novembro de 2010

Outra desculpa, mais um sorriso.

Por um instante esqueceu e então mais uma vez o sorriso apareceu. Outra desculpa, outra busca por uma razão, um motivo, um oi que dispara o coração. Um sorriso que encanta, que desperta curiosidade, que se esconde por trás da timidez e que se abre quando menos se espera. Lá vem outra desculpa, mais um sorriso, um oi e um bom dia.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Passaporte sem limites

A leitura não é apenas um mundo aberto, é uma infinidade de mundos inteiros, um universo a ser explorado. Descobri que ler é a melhor forma de fugir do chamado mundo real. Poesias, crônicas, contos, histórias, fantasias. Não há melhor forma de esquecer o que está a sua volta e viajar sem sair de casa. Nesse caso, minha leitura predileta são os livros de fantasia, histórias épicas cheias de aventura e magia, a imaginação voa longe, o coração acelera como quem vê ou vive a cena com vivacidade.


Não leio só porque é importante, muito menos é uma obrigação. Leio porque aprendi a amar e já não sei mais viver sem esse universo à parte. É minha inspiração, minha fuga, meu mergulho, meu passaporte para infinitas viagens. É um sopro de energia quando se sente esgotado, é uma gota de alegria quando se encontra em um mar de tristezas, é uma janela aberta para refletir o mundo, um sonho lúcido. É, enfim, parte da vida.


 

domingo, 31 de outubro de 2010

Feliz dia das bruxas e infelizes 4 anos subsequentes!

Domingo, 31 de outubro de 2010, mais um dia de eleição que precede quatro anos de merda. Eu vejo as discussões, vejo eleitores inconformados e vejo também eleitores convictos de seus candidatos e me pergunto: de onde vem essa convicção? Eleitores defendem com unhas e dentes seus candidatos e partidos como quem grita e torce por seu time de futebol.


Parece mesmo que estamos vivendo em um grande circo, porque nenhum candidato apresentado é assim tão bom que mereça uma bandeira levantada. Merece sim, no máximo, um “Estou votando em você porque é a opção que tenho, mas não que seja grande coisa”.


Na atual circunstância só vejo alguma esperança em uma total mudança nas diretrizes, e ainda assim, com ressalvas. Não que um candidato diferente fosse fazer uma revolução, mas ao menos seria uma nova carta em jogo, uma nova possibilidade. Mas quando existem interesses pessoais envolvidos, mais vale a lei da conveniência: “Vou levar vantagem se esse candidato ganhar ou perder?” E então o voto já não é pela nação, é pela causa própria.


Após tantas eleições, parece quem ninguém aprendeu que quem perde sempre somos nós. Ganham os candidatos que detém o poder, o partido mais forte, aquele que tem mais condições de aparecer melhor nas campanhas e mais facilidade para comprar votos. Se aparece um candidato com uma nova perspectiva ele é logo descartado porque “as pesquisas mostram que ele não terá chances, então vou votar no fulano que está ganhando, ou no fulano que tem condições de derrotar a fulana.”


A divulgação de pesquisas deveria ser proibida para evitar a influência na hora do voto. Se algum dia aparecer um candidato que te pareça mais plausível, vote nele mesmo que nas pesquisas ele apareça com apenas 1% das intenções de voto. E se nenhum candidato lhe parecer bom, vote nulo.


É incrível como a mídia adora manipular a opinião pública, isso é claro ha muito tempo, e quando chega a eleição, isso fica ainda mais evidente. Mas acredite, anular não é abrir mão do seu direito e nem jogar o voto fora, você está exercendo livremente o direito de manifestar sua insatisfação com as opções que lhe oferecem. Mostrar consciência e exercer a cidadania não é agir como reza a cartilha, mas sim refletir realmente sobre as receitas prontas que te enfiam goela abaixo. Nas próximas eleições, pense nisso.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Caminhos cruzados

Ah você não faz idéia... eu pensei que era simplesmente apaixonada, mas estranho é perceber que esse sentimento não morre e não se assemelha nem um pouco com uma paixão. Estranha ligação aparentemente unilateral... Sentia tua presença à distância e, quando se aproximava, roubava-me as palavras. Passaram-se longos meses, mais de um ano, e esse sentimento ainda vive como uma flor que não necessita de água.


Vives longe, solto e livre como deve ser. A única certeza que me acomete é de que esse breve encontro, aparentemente superficial, não foi em vão. E quando tudo parece adormecido, uma simples menção faz questão de trazer tudo à tona, simplesmente porque és inesquecível.


É possível que realmente não faça idéia de que isso que me trouxeste é um tesouro único: o brilho de tua alma.  Talvez seja mesmo unilateral sabe-se lá por qual motivo, talvez não seja. Certo mesmo é que te quero bem aonde quer que esteja, até o dia em que nossos caminhos se cruzarão outra vez, nessa ou em outra vida.


 

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Reunião interna

A Cabeça, o Corpo e o Coração estavam em completo desacordo. A Cabeça estava decidida, o Coração não sabia o que sentia e o Corpo não ouvia o Coração, tampouco a Cabeça. A Cabeça então falou:


- Bom, precisamos colocar ordem aqui e acho que eu sou a mais apta a tomar decisões.


O Coração logo reagiu:


- Mas tomo mundo sabe que sempre devemos seguir o Coração e...


-É, um coração tranquilo e sereno pode até ser, mas você está confuso e nem sabe o que sente! – Respondeu a Cabeça.


- Eu sei o que eu sinto! – exclamou o Corpo – Posso muito bem decidir por nós.


- Você não sabe o que sente – interveio o Coração – Está só seguindo seus impulsos, e a Cabeça diz que você não pensa. Vocês dois estão me deixando confuso...


- Coração, o Corpo não pensa e só age por instinto, e você está realmente confuso! Então só resta mesmo eu decidir o que é melhor para nós três.


- Devagar com o andor! – disse o Corpo – O que é que você está pensando? Eu não posso negar meus desejos.


- Ora, Corpo! O Coração está confuso e o desejo é seu único argumento. Eu, por outro lado, tenho vários.


- Enumere-os – retrucou.


- No primeiro instante nem eu, nem você e nem o Coração dispostos a ceder. Em um segundo momento, os corpos passaram a se entender e agir perfeita sintonia, mas os corações nem sequer chegaram a conversar, e as cabeças... ora, eu nunca me entendi com aquela! Não compartilhamos os mesmos valores, não dividimos os mesmos ideais e tampouco acreditamos nas mesmas coisas.


- As diferenças se completam – respondeu o Corpo.


- Isso quando não são completamente antagônicas, é preciso o mínimo de sintonia.


- Nisso eu me entendo com ele!


- Grande... e a Cabeça, onde fica?


- Sei lá! Eu quero é seguir meus impulsos.


- Eu não sei o que houve, não era para ser assim – interveio o coração – não me entrego tão facilmente! Não é bonito, não é rico, não temos sintonia... mas por algum motivo me faz acelerar.


- Pois é, o Corpo não pensa e está sem argumentos, pra variar. Você, Coração, só está confuso porque se envolveu devido ao tempo decorrido. Reitero que sou eu é quem devo decidir o que é melhor para nós. Não basta apenas os corpos se entenderem, pois sem sintonia entre cabeças e corações, não há futuro. Mais tarde, sem idéias para compartilhar, o Corpo já cansado não mais sentirá desejo e o Coração já totalmente envolvido se quebrará em pedaços.


- Bom, eu acho que a Cabeça é quem está com a razão, como não sei exatamente o que quero, não posso pedir para que me sigam. O que a cabeça decidir eu acato, apesar de doer. – disse o Coração.


- Está decidido então, a partir de hoje os Corpos não se encontram mais, os Corações que nunca conversaram nem chegarão a fazê-lo e as Cabeças poderão se afastar e pensar como querem, uma vez que nunca se entenderam mesmo.


O Corpo era minoria, seus desejos foram abafados. O Coração confuso sofria calado e a Cabeça satisfeita dizia: “A decisão já foi tomada, em breve nós três estaremos em pleno acordo.” Mas quando ele aparecia, o corpo todo estremecia, o coração acelerava e sofria. A Cabeça sabia que algum dia estariam todos em perfeita sintonia e, com severidade, reagia: “Fiquem quietos vocês dois!”

sábado, 4 de setembro de 2010

New open letter to you

Hello there,


Here I am to talk to you again. I would like to tell you that I think there's someone trying to be on your shoes. I guess it is not you because he's making a mess deep inside of me and sometimes I just want to run away from all this.


I'm suposed to be able to recognize you when you appear. So, if it is you, tell me soon, cause I think I'm a kind of blind for now. And, please, stop making all this mess. If it is not you, well, I still won't be looking for anyone, because you'll appear in the right time.


With love,


Me.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Uma desculpa, um sorriso

Um brilho a mais no dia, um motivo para sorrir, uma desculpa só para chegar perto. Estranhas relações humanas que oferecem bloqueios aos atos mais simples. A necessidade de buscar um motivo para conversar ou dizer um oi quando ainda nem se sabe o nome.


Perguntar o nome não é questão apenas de formular uma simples frase, é algo complexo quando na verdade o que se quer saber é muito mais do que o nome. É de onde veio, para onde vai, o que faz, o que gosta e por que te encanta. Não é o começo de uma paixão, nem de um grande amor, é o começo de uma grande curiosidade por aquela presença que simplesmente te faz bem.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

A ignorância é uma desgraça, e o aumento de 18% no Senado, uma falácia.


Alguns dizem que a ignorância é uma virtude. Ignorar é botar a cabeça no travesseiro e não sentir nada pesar, é levar uma vida de merda e nem se dar conta disso, ou como diria Wahrol, mesmo que estejam insatisfeitos com a vida, as questões nunca atingem um nível mais amplo. Eu gostaria de ignorar certos fatos, pois quando não ignoro, percebo que a ignorância é uma desgraça.


E aí está rolando a Copa do Mundo, a grande ferramenta de manipulação em massa, a imponente vilã que nos ataca brutalmente de quatro em quatro anos, deixando todos cegos e ignorando todos os fatos que acontecem à sua volta.  O pão e circo de todo ignorante feliz. Poucos questionam se o problema está na copa ou no torcedor, importante é falar bonito, mostrar consciência e dizer que os Brasileiros são estúpidos por torcer fanaticamente.


O povo brasileiro geralmente é estúpido mesmo, com ou sem Copa. Seja torcendo ou falando mal, porque nem pra falar mal o brasileiro tem alguma moral. Nas últimas semanas, brasileiros desprovidos de massa encefálica tentaram mostrar consciência divulgando no Twitter que os senadores aprovaram um aumento de 18% nos seus próprios salários enquanto o povão curtia a Copa do Mundo.


Ocorre que no dia 17 de junho o Senado aprovou um aumento de 18% para os servidores públicos do governo federal, não houve um aumento aprovado em benefício próprio. Mas ignorância impediu os cidadãos com crise de consciência de checar a veracidade do fato que fora divulgado erroneamente no Twitter, simplesmente acharam bonito mostrar sua estupidez passando a mensagem adiante.


O Brasil precisa de um povo mais consciente sim, mas não é eliminando a Copa do Mundo de nossas vidas que essa consciência vai acontecer. Se o povo demonstra sua alienação durante os jogos, é porque é alienado o resto do tempo também. Não é o futebol que deixa o povo mais burro, é o povo que não consegue refletir nada além de um mundo limitado por uma bola rolando no campo. Afinal, torcer pela seleção é diversão, pensar um pouco além é ser cidadão.



quarta-feira, 16 de junho de 2010

A Copa do Mundo é nossa!

O Brasil tem um povo hipócrita, brasileiro só é patriota no período da Copa. A Copa é um mega evento motivado apenas pelo dinheiro. Os jogadores são uns vendidos, naturalizam-se em outros países e jogam na seleção que oferecer o maior lance na batida do martelo, afinal é grana, e como eles dizem, é profissão. Ganhando ou perdendo, eles embolsam uma verdadeira bolada enquanto os torcedores se descabelam.


Foi-se o tempo dos chamados belos jogos onde o que falava era o coração. Eu nem gosto de futebol, não tenho nem mesmo alguma preferência por algum time regional. Tenho todos os motivos racionais e coerentes para não torcer pela Seleção Brasileira na Copa e não ligar para esse futebol de pão e circo. É, nem sempre fala mais alto a razão.


Eu tentei negar, mas a vontade de torcer é maior, não posso me oprimir, porque quando chega a Copa, todas as coerências vão pelo ralo. A emoção fala mais alto, aquele orgulho besta de ser brasileiro e gritar “GOOOOOOOOOOOOOOOL” e abraçar os amigos, a família, pular e comemorar cada vitória no único momento do futebol em que não prevalece a violência e a pancadaria, apenas a prepotência de dizer que o Brasil tem o melhor futebol do mundo.


Entre a coerência e o simples fato de arrumar um motivo para comemorar, eu escolho a alegria. Às vezes não importa o quão alto fala a razão, se a emoção é ainda mais forte, é nela que eu vou. A Copa do Mundo é nossa, a felicidade é nossa, é tudo nosso!

terça-feira, 15 de junho de 2010

Salvando o mundo

Eu quero salvar o mundo, ao menos desejo isso. Afinal, dizem que querer é poder, e nesse caso não creio que seja bem verdade, ao menos não apenas um querer solitário. Talvez só ato de levantar a bandeira do verde e andar com uma caneca pendurada no pescoço durante uma reunião de preservação do meio ambiente não ajude, mas adquirir uma consciência um pouco mais ampla pode ser um bom começo.


Já dizia o velho ditado que nós devemos ser a mudança que queremos ver no mundo, e eu acredito piamente nisso, de verdade. Acreditar em algo e realmente lutar pelo que acredita é sempre válido, ainda que a ação não resulte em muita coisa, afinal, sempre há tempo (ou não) pra acordar, perceber algo errado e então mudar/melhorar a atitude.


Eu não deixo a torneira ligada enquanto não estou usando, não jogo lixo na rua (cidadania é o mínimo), mas não tomo um banho de 5 minutos (preciso relaxar num banho quente e pra isso 15 minutos se fazem necessários). Opto pela reciclagem, não jogo óleo pelo ralo, mas não pago mais caro para comprar algo ecologicamente correto.


Parece que o mercado do meio ambiente tornou-se bastante lucrativo e falar do efeito estufa virou moda, mas não existe nenhuma objetividade nas ações.  Produtos reciclados, retornáveis, biodegradáveis e afins deveriam estar no mesmo preço ou mais barato que produtos não ecológicos, afinal, ecologia não é luxo e nem deve servir apenas para fazer uma limpa na consciência escondendo a sujeira debaixo do tapete.


“Não desperdice água!” ouço dizer.  Se todos colaboram, realmente preservaremos água. Mas... “compre apenas produtos reciclados!”, não isso não funciona! Não enquanto o mercado não estiver  voltado pra isso. Se a grande massa não tiver acesso e apenas um grupinho “ecologicamente correto” puder pagar mais caro por isso, não vai funcionar mesmo. Faço o que posso, mas hipocrisia tem limite.


E por favor, desligue a torneira quando você estiver escovando os dentes, você realmente não precisa dessa água escoando inutilmente enquanto lustra os dentinhos. Também não jogue lixo na rua (a menos que você faça isso também na sua casa, ninguém pode te culpar por ser porquinho!). Do resto, faça como a consciência mandar, e isso vale principalmente para seus valores éticos e morais, seja honesto! Corrupção e hipocrisia poluem mais que óleo despejado no rio.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Sorte

Sorte é quando você ganha na loteria, quando você não fez nada além de apostar e depende completamente que a probabilidade e estatística estejam a seu favor.  É quando você está sentado no sofá e bate na porta alguém que vai oferecer-lhe um emprego. Sorte é andar na rua e achar uma nota de cem reais, é participar de uma promoção e ser sorteado em meio a milhões de participantes. Sorte é tudo aquilo que não depende do mínimo de esforço para acontecer.


Não diga que é sorte quando alguém conquistou aquilo que você nunca se esforçou para conseguir. Se você se esforçou, talvez não tenha sido tanto quanto quem alcançou ou não tenha escolhido as ferramentas certas, mas não diga que é sorte só porque alguém conseguiu o que tanta gente deseja. Talvez a sorte ajude, dê um empurrãozinho quando tudo caminha no lugar certo porque tem alguém fazendo isso acontecer.


Goste você ou não, inveje você ou não, mesmo que não admita que seja inveja, sorte é apenas quando cai do céu, do contrário, é merecimento. Quer? Faça por merecer. Note que querer é diferente de desejar. Muita gente deseja e espera que a sorte ajude, outros simplesmente querem. E querer é, literalmente, poder.


Boa sorte!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

A trilha sonora da vida

Para cada momento da vida existe uma música. Para cada pessoa existe uma música. Na realidade, cada pessoa tem uma música para cada momento, e para todas as pessoas existem músicas específicas relacionadas à outras pessoas. Para ser mais claro, você sabe quando ouve uma música e pensa em alguém especificamente toda vez que toca? Então, é exatamente isso.


Existe uma música que parece meu pai composto em notas, outra me faz lembrar de um momento com alguém e quando ela toca, tudo vem à tona como se eu estivesse naquela companhia outra vez. Em outros momentos, músicas tocam na minha cabeça para a situação vivida. Você não tem a impressão de ter uma trilha sonora na sua vida? O que seria de nós se para cada momento triste ou feliz não tivéssemos aquela música para escutar?


Se na vida acontecesse como em uma novela ou filme, uma música começaria a tocar de repente durante um cruzar de olhares, ou se você estivesse sozinho o no quarto e uma lembrança lhe trouxesse uma lágrima, aquela música especial tocaria fazendo você chorar ainda mais. Você teria uma música tocando no ar até mesmo quando estivesse passeando de bicicleta.


Mas a vida não é como novela, tampouco como um filme. A vida é uma música orquestrada, cada dia é uma nota e nós somos compositores e maestros. Todos que fazem ou fizeram parte da sua vida, integram a orquestra. Se a sua orquestra é um fracasso, você é um péssimo maestro e um compositor nada harmonioso. Viva o universo musical!

terça-feira, 27 de abril de 2010

Fada-Rosa

Essa é uma história sobre uma flor que escreveu sobre flores. Na verdade, não se sabe ao certo se era uma flor que virou fada ou uma fada disfarçada de flor. O fato é que ela era perfumada como uma flor, bonita como uma flor, mas agia como uma fada que escrevia. Ela viu as flores dançarem, encontrou com criaturas mágicas e saiu pelo mundo para espalhar sua alegria.


Era uma rosa branca. Costumava irradiar uma luz forte, alguns diziam que não se parecia com as outras flores, pois juravam que se prestasse atenção, as pétalas se mexiam e soltavam um fino pó dourado. A rosa ainda não conhecia a sua essência, pois apenas se mexia apenas quando estava dormindo. Um dia ela viu lírios dançarem, e no meio deles, uma outra rosa branca. Que coisa mais incrível! Uma rosa dançando, em meio aos lírios!  Ela sentiu uma vontade imensa de dançar, e quando viu, mexia suas pétalas ainda um pouco desajeitada, bailando no ritmo da música dos lírios.


A rosa assustou-se quando viu uma imensa quantidade de pó dourado ao seu lado, e quando se deu conta, o pó estava por todas as suas pétalas.  "O que está acontecendo comigo?" perguntou a rosa, e ela logo viu que quanto mais ela dançava, mais pó ela soltava e mais leve se sentia. De repente ela achou que poderia flutuar, e imaginou que estava voando. De olhos fechados teve essa exata sensação e quando os abriu, percebeu que estava a 15 metros do chão. Assustada, a rosa caiu. Não havia se machucado, mas achou que algumas pétalas tinham saído do lugar. Não eram pétalas, eram asas.


A rosa olhou para as suas asas e disse "eu sou uma rosa que pode voar!" foi quando um pássaro veio lhe dizer: "Você nasceu como uma flor, mas sua essência sempre foi de fada". "Mas porque eu nunca voei antes?" perguntou-lhe a Fada-Rosa, "Porque você nunca tentou" respondeu o pássaro. "Eu, uma fada!" pensou a Fada-Rosa.


Suas pétalas brancas tinham um leve toque lilás quando refletia ao sol, formavam uma saia em volta do delicado corpo da fadinha, suas asas eram transparentes, e salpicava o mundo de dourado por onde que que elas batessem. Ela voou, e empolgada bateu as asas cada vez mais, sobrevoou os lírios e os pássaros, voou tão alto, mas tão alto que ela alcançou as estrelas.


As estrelas ficaram felizes ao ver a Rosa-Fada, "Nós estávamos esperando por você!" disse uma estrelinha jovem que brilhava muito. "Estavam esperando por mim?" perguntou a fadinha, um pouco confusa. "Sim! Estava escrito aqui... nós escrevemos que uma rosa que descobriu que era fada alcançaria as estrelas!" respondeu a estrelinha. E as estrelinhas dançaram em volta da Rosa-Fada. Como todo mundo sabe, nada está escrito nas estrelas, é o que as estrelas escrevem que vale.


A Rosa-Fada já havia alcançado as estrelas, e agora sabia que poderia alcançar muito mais. Ela sentiu uma vontade imensa de escrever, contar para o mundo o que viu, e então ela se tornou a primeira Rosa-Fada escritora. Ela escreveu sobre as flores, sobre os lírios que dançavam, os pássaros, e o mundo de fantasia que conhecia. O final dessa história está longe de chegar, porque a fadinha continua voando, visitando diversos jardins, escrevendo novas estórias e histórias e encantando flores, pessoas e fadas ao redor do mundo. Algumas pessoas dizem que em algumas noites estreladas é possível ver varias estrelas em volta de uma luz branca, com leve tom lilás e uma névoa dourada.


Essa história é dedicada à uma grande amiga, irmã de coração, que se reconhecerá nessas linhas assim que bater os olhos aqui. Saudades... te adoro!

segunda-feira, 22 de março de 2010

Whenever, wherever and whoever.

Here I am, lost in my thoughts, writing to you once more. Since I don't know where are you from, I have no idea in which language I should speak to you. I have done it in Portuguese before, now I do it in English.  If you can't get me anyway, I'm really sorry, these are the only languages I can write for now, someday we'll be speaking the same language.


I know you are somewhere and I though I've met you before, but I was wrong. Well, actually, maybe I have already met you, but you are not for sure the one I though you were. Where are you right now? Have you ever though about all those people which will appear on our way? Almost all of them (except for the babies which weren't born yet) they are already somewhere. They are living by their own, and somehow universe finds a way to cross the lines of our lives. It is like this between you and me.


You were born already, you're living somewhere, doing something I have no idea about what it is and someday we'll cross our ways. I have no idea how it will be, or when it will be, but I know it will be. Sometimes, just like right now, my thought fly away trying to imagine how will I meet you, and I know that as much as I try to imagine, as much as it will be completely different from my imagination.


I can’t say I love you because I don’t know you yet, although I know when we’ll be together I’ll love you with all my strength. But maybe I can say I love you, since you (whoever you are) will be the one which will make me love you. So, somehow we already love each other, we just don’t know it yet.


We can’t look for each other, because you’ll appear when I won’t be paying attention, and I’ll appear when you won’t be looking for me. If we start looking for each other, maybe we’ll be busy trying to find in the wrong place and we won’t realize when we’ll be closer.


Wherever or whoever you are, be sure that my heart won’t ever belong to you. I need my own heart to survive (as you do), but we’ll share it with love and then we can smile watching the sunrise, the stars and the falling rain.


With love,


Your Love.

sexta-feira, 12 de março de 2010

É trouxa, mas é feliz

Noite agradável, volta pra casa, olhar vagante pela janela do carro e uma visão: Centro de Diagnósticos do hospital Albert Einsten. E então uma rápida reflexão acerca do famoso e caro hospital, hospital de luxo! Sempre ouço falar dele na televisão. Quando um político moribundo sofre algum ataque cardíaco, o hospital o recebe com toda a estrutura que ele não merece. E quem paga a conta? Os trouxas, sempre os trouxas. Pagamos para que senadores, presidentes de camaras, deputados e o diabo usufruam do hospital mais caro de São Paulo e, como recompensa, eles nos oferecem o SUS.


Político não precisa de grandes investimentos em saúde pública, ele pode contar com a melhor estrutura no setor privado. Não precisa de escolas estaduais ou municipais de qualidade, ele pode mandar seus filhos estudarem no exterior,  e  vantagem é que a picaretagem eles já aprendem no berço mesmo. Eu acho a troca mais que justa, afinal, quem paga por isso é o trouxa e trouxa pode ficar com a bolsa esmola que lhe dão em troca ou então aceitar o favorzinho na reforma do barraco e ajuda na ONG "Criança pobre mas Feliz". Para tanto, não é preciso fazer nada além de vender a alma ou oferecer uns míseros votos, nada muito relevante.


O que importa mesmo é que os trouxas sofrem mas são felizes, porque é assim que todo trouxa deve ser: feliz e solidário.  Afinal, se todos os que tem fizerem um pouco pelos que não tem, o governo continuará a não precisar fazer coisa alguma além de usufruir do dinheiro público, de hospitais de luxo e garantir o futuro de seus filhos no exterior.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Incêndio atinge prédio administrativo de Terra-de-Ninguém

No começo do mês um incêndio atingiu parte do prédio administrativo de Terra-de-Ninguém. Não lembramos a data exata porque ninguém nos mandou. Se a notícia estiver com atraso, isso se deve ao fato de que recebemos a informação apenas agora e também porque somos um departamento demasiado ocupado e não tivemos tempo de publicar a informação antes, mas o Jornal do Barraco está sempre à disposição para levar até você tudo que acontece em TerraDN.


Desculpamo-nos antecipadamente por qualquer erro ortográfico ou concordância que possa haver nesse texto, não é culpa nossa, nos enviaram o texto pronto e apenas copiamos e colamos aqui para que você pudesse obter com toda comodidade a informação pelo Jornal do Barraco patrocinado por Voldmort.


De volta ao ponto de partida, após o incêndio, comunicamos que parte do prédio foi interditada e ninguém sabe como e onde começou o fogo, mas Voldmort e seus Comensais da Morte estão bem, ninguém ficou ferido durante o ocorrido. Os Trouxas estão trabalhando arduamente e empenhados em normalizar o serviço para manter a qualidade que você conhece nos serviços prestados à população de TerraDN. Se você precisar de alguma informação, pergunte para alguém que não sabemos quem, o Jornal do Barraco não terá tempo de te responder devido ao grande volume de serviço que nos acomete, mas tenha certeza que não fosse por isso, teríamos grande prazer em atendê-lo.


Ressaltamos ainda que se você tiver alguma informação relevante sobre o incêndio em Terra-de-Ninguém, nos envie um texto pronto para que possamos colar no nosso jornal, formatado em fonte Verdana tamanho 18,  dessa forma poderemos agilizar e manter a padronização do serviço.


Voldmort agradece a atenção e compreensão de todos e promete Panetones autografados no final do ano para compensar os possíveis desgastes causados pelo incidente.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Do patrimônio perdido






Já havia praguejado para que tudo se explodisse. Até mesmo em uma descontraída conversa a respeito de metas e objetivos, dissera que seu objetivo era a implosão e discutia-se metaforicamente qual seria a meta traçada. Não havia no entanto passado por sua mente a idéia de um incêndio e o horror que seria. A notícia chegara-lhe aos ouvidos e não fora de bom grado.


Da sujeira nada se perdeu, que mal atingiria a imundice política um incêndio no patrimônio que nos abriga? Quanta destruição, quanto trabalho perdido... quanto dinheiro público ali sepultado. De tantos desgostos, havia ali algo que passava despercebido. Ao ver os escombros na irremediável destruição, um aperto veio-lhe ao coração, do pouco que havia sobrado, o resto tornara-se irreconhecível. Nada mais estava no lugar, tudo estava perdido. Daquele corredor de ilusões, dos medos e sensações, nada remanescia. Jazia em restos, acordando na memória a lembrança do que fora vivido nos tempos de outrora.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

A pirataria move o mundo da música

O download ilegal de músicas é e sempre foi uma grande polêmica, mas é fato que se ainda hoje não houvesse essa possibilidade, o universo musical não se alastraria tão rapidamente. Quando queremos conhecer o trabalho de alguma banda ou cantor, não vamos à loja comprar um CD, é mais prático baixar as músicas pela internet, dessa forma é fácil fazer e ampliar a nossa seleção musical. Comprar todos os CDs de todas as bandas e cantores que gostamos é financeiramente impossível, o que dizer então de comprar para conhecer o som?


Como já confirmado em pesquisa inglesa realizada em 2009, aqueles que fazem download de material sonoro na internet gastam muito mais com música do que aqueles que não o fazem. E a exemplo disso, foi fazendo o download de toda a discografia de uma banda que virei fã incondicional, comprei todos os CDs e gastei com ingressos para shows em várias cidades. Não fosse esse fato, talvez eu nunca tivesse descoberto o quão boa é a banda e decerto não teria gasto um centavo para comprar um mísero CD. Isso não significa que a partir daí todos os internautas vão comprar CDs de bandas que buscam pela internet, mas é certo que os tempos mudaram e o universo musical não pode depender de rádio e venda de CDs para difundir a música.


O foco da indústria fonográfica deve estar na venda de itens originais, como CDs e DVDs, destinada aos fãs de determinada banda ou cantor. São eles que desejam obter os produtos como admiradores e colecionadores. A partir daí buscam edições diferentes, especiais, singles exclusivos, encartes recheados, edições limitadas em forma de LPs. Os maiores fãs de um determinado grupo musical não se contentam apenas com MP3 em seu computador. Tendo conhecimento disso, basta usar a criatividade para explorar e aproveitar esse mercado.


Tentar barrar a pirataria na internet é como dar murro em ponta de faca, é impossível haver vigilância total em uma rede que hoje cresceu mais que a Skynet e invade os lares de todo o planeta permitindo-nos ter o mundo na palma das mãos. Qualquer ação contra o fluxo é como uma tentativa fracassada de impedir o avanço tecnológico. Para cada operação anti-pirataria haverão milhões de “Exterminadores do Futuro” anulando qualquer efeito que ela possa tentar causar.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O Desabafo do Sono

Eu deveria estar dormindo, é isso que o Sono faz. Mas já perdi a minha identidade, ela não me deixa ser quem eu sou para que ela possa ser ela mesma. O que faz o Sono se não consegue dormir? Já tentei ler, ela ja me recomendou várias vezes, mas eu sou o Sono, não consigo ler. Sono não pensa, Sono dorme. Se não posso dormir, sou improdutivo. Ela está aqui agora, me perturbando, não para de falar. Ao menos ela me deu uma boa déia, que foi a de escrever esse desabafo, não tenho nada mais útil para fazer mesmo.


Eu não sei o que a Insônia tem contra mim! Eu acho que ela é um tanto quanto sarcástica, pois está sempre feliz atormentando o infortunado Sono. Ela acabou de me dizer que não tem nada contra mim, que só quer meu bem, me acordando pra vida porque dormir é perda de tempo. Isso não é verdade, se ela quisesse meu bem, me deixaria seguir a minha natureza, e dormir não é perda de tempo, eu adoro. Ela diz que não vive sem mim, pois se eu não existisse a existência dela não teria propósito. Posso estar sendo um pouco egoísta, mas eu não ligo (acho que ela não gostou) e eu não me importo com isso também.


Sempre que eu e a Insônia conversamos, nunca nos entendemos, não sei porque ela insiste. A conversa sempre acaba mal, e quando eu já deveria ter ido embora, fico vagando feito alma penada durante o dia. É sempre a mesma história, a mesma ladainha, a mesma conversa!  Eu vou dormir, ou tentar, porque ela continua me atentando e vai ser uma longa conversa. Maldita seja a Insônia!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Um oi, um adeus.

Ele era uma figura carismática, não é de surpreender que prenda a atenção. Dizem que somos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos, e o que ele cativava era sempre algo que o fazia irradiar ainda mais. Não que ele fosse algum ser iluminado, era bem humano como todos nós, mas havia nele algo que não era extraordinário, mas simplesmente difícil de encontrar.


Quando ela o viu pela primeira vez, chamou-lhe a atenção, um rapaz alto, bonito, atraente de certo modo, mas o que fazia o conjunto da obra ficar completo era o sorriso. Não era apenas um sorriso bonito, encantador ou de perfeita arcada dentária, mas um sorriso espontâneo, verdadeiro, capaz de contagiar quem estivesse perto.


Ela logo o esqueceu quando não mais cruzou seu caminho por um longo período. Estava de férias, esqueceu de tudo que deixara naquela cidade. Voltou renovada, e um reencontro a fez lembrar-se daquele sorriso que havia visto há algum tempo atrás.


Era impossível esquecer aquele carisma, e quando ele a abraçava, era o abraço descompromissado mais verdadeiro que já havia sentido. Quando fitou-lhe os olhos, soube que o conhecia mais do que ambos poderiam imaginar. Uma ligação existia, e ela poderia sentir o que se passava por detrás daquelas janelas.


Ela entendia, muito embora não pudesse explicar, tudo o que acontecia e porque acontecia. Entendia, aceitava e aprendia, pois era o que lhe cabia. Estava certa da ausência que chegaria, da data em que ela aconteceria. Quando veio-lhe a notícia em palavras, não foi de todo uma surpresa, apenas a confirmação do que ela já sabia e não sabia porque sabia.


Sua presença alegrava-lhe o dia, como se soubesse e conhecesse, mas não pudesse ler aquela alma misteriosa. Fazia-lhe falta o bom dia de cada dia, um sorriso, um abraço e nada mais. Não era muito o que esperava, de todos os rancores, de tudo esquecia. Ao ver aquele sorriso, ela sorria.


E quando o ciclo fechou e a ausência chegou, ela logo percebeu que não era paixão o que sentia, apenas imensa alegria, ternura eu diria, era amor que lhe floria. Aprendeu muito com ele, sem que ele precisasse ter qualquer consciência disso. Não lhe queria por perto, porque perto toda a graça perderia. Era amor, amor que voa longe, diz oi quando chega, e um abraço, um sorriso e um adeus quando vai embora.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Por que não?

Em certos momentos na vida devemos perceber tudo se resume a uma simples pergunta: “Por que não?”. Não é o motivo pelo qual fazer que se deve pensar, mas sim pelo qual não fazer. Não fazer por preguiça? Porque não tem vontade? Isso lá é motivo? A inércia tende a manter um corpo no estado em que ele está, se está parado, continuará parado. Ora, vida parada, vida sem graça! A falta de vontade nada mais é senão a ação da inércia tentando manter-nos na mesmice.


Já fazia dois dias que ela havia retornado daquela fantástica viagem, experiências que sem dúvida, ela jamais esqueceria. Mas ainda estava de férias, e passaria o resto dos dias esperando a volta ao trabalho. Restavam-lhe alguns dias quando recebeu o convite para voltar àquela cidade. Mas voltar? Como assim? Ela havia acabado de retornar e já haveria de sair novamente, e pro mesmo lugar?


A pergunta que lhe veio à mente foi “Por que não?”. Não havia nenhuma resposta convincente o suficiente para impedí-la de partir. Dinheiro não era problema, de que adianta economizar, conter os gastos e nada curtir? Estava quebrada, falida, mas esse não seria o impedimento, afinal, de nada adianta pagar as contas em dia, estabilizar a vida financeira e levar uma vida sem sal e monótona. Falta de planejamento? Decisão repentina? Isso pode ser problema para muita gente, mas não para ela. Analisando todas as circunstâncias, porque não partir repentinamente? Qual é o fator que impede? Ela então partiu.


Partiu e chegou ao mesmo destino, respirando outros ares, encontrando o velho amigo e a surpresa foi saber que mais imprevisibilidades chegavam. Saíram do bar pela madrugada e foram parar em outras cidades a muitos quilômetros dali. Sol, mar, lagoa, sombra e água fresca (mentira! Cerveja, refrigerante e água de côco). E o que era para ser apenas um dia, estendeu-se por dois. Foi por capotar no carro e ele não ter condições de dirigir de volta pra casa. Acordaram para ir embora, mas a atmosfera da ilha da magia foi mais forte e os prendeu ali até o último segundo possível.


Voltaram para casa, e então, para a cidade de pedra. E a cidade os aguardava, calorosa porque as pedras não são frias quando se encontra um lugar para se aconchegar. Entretanto, o clima estava para o que não poderia ser encontrado ali. Voltar para o sol, mar, lagoa sombra e água fresca (ou a bebida que fosse), ela pensou, ele também. E por que não? Eles voltaram. A vida se chama Agora.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Algumas coisas

Algumas coisas a gente aprende, algumas coisas simplesmente são, outras coisas esquecemos e simplesmente se vão. Algumas coisas a gente vê, algumas coisas simplesmente existem, outras coisas sonhamos e simplesmente vivem. Algumas coisas morrem, algumas coisas simplesmente renovam, outras coisas amamos e simplesmente transformam.