quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Nostalgia pouca é bobagem!

Existem aqueles amigos que nunca esquecemos. Passam-se anos, perdemos o contato, e então bate aquela saudade, momento nostalgia, vontade de rever todo mundo. É tanta correria em nossas vidas que as vezes nos esquecemos do essencial: as pessoas que realmente importam. Amigos que estiveram presentes nos momentos mais difíceis e também nos mais divertidos. Pessoas com quem compartilhei anos dentro de uma sala de aula, rindo, trabalhando, estudando... aprendendo a beber!


Quando eu estava cansada, exausta, desejando que tudo aquilo chegasse ao fim, me disseram: "Você vai sentir saudades de tudo isso". Não dei bola, mas passados três anos de minha graduação, percebi o quanto isso era verdade. Tenho saudades da correria, de estar sempre em companhia de pessoas maravilhosas, de não ver a hora de arrumar um tempinho pra escapar e matar uma aula pra encher a cara de cerveja e filosofar no bar. Conversar sobre a teoria da conspiração, a plutocracia nas artes e concluir que tudo não passa de uma questão da justificativa de gastos.


Estou nostálgica hoje e percebi o quanto algumas pessoas me fazem falta. Aos meus amigos que se identificarem quando lerem isso aqui, aquele abraço! Beijo e me liga. Vejo vocês em breve!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Tez branca

Nos caminhos tortos daquele espaço lúgubre, caminhava em passos incertos. Vislumbrou a esquina esperando encontrá-la. Tirou a garrafa de vinho que carregava no bolso de seu paletó. Embriagou-se. Fartou-se daquele líquido tinto como se bebesse até a última gota de sangue do corpo da baronesa. Cambaleou, tombou e caiu em um sonho tórpido que o arrastava para as profundezas de seus mais obscuros desejos.


A visão estava turva, percebia uma forma cheia de curvas, caminhava em sua direção. Podia vê-la, era ela. Distinguia seus rubros cabelos esvoaçantes cobrindo-lhe o rosto em contraste com sua tez branca que quase reluzia sob a luz do luar. Aproximou-se e tomou-a pelas mãos. Fê-lo com sensualidade, ele fixou os olhos em seu seio volumoso e com voracidade tomou-a em seus braços. Amou-a. Amou-a no chão úmido, encardido e marcado pelas orgias embriagadas dos becos daquele lugarejo hostil.


Sugou cada parte de seu corpo até exaurir todas as suas forças e os dois corpos desfalecidos fundirem-se em um só. Desejou-a novamente, queria possuí-la a todo instante, almejava seu coração e ela o entregara. Levantou seu punhal e abriu a tez de seda em seu seio, sujou as mãos e sangue, bebeu-o como vinho e arrancou o que lhe fora dado. Guardou-o como relíquia, possuía o coração de sua amada, ela era sua e de mais ninguém. Acordou entorpecido, ela ajoelhava diante de seus olhos com os cabelos rubros cobrindo-lhe a tez branca da face e tomava-o pelas mãos.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Andarilho

Eu confesso que nunca entendi embora sempre tenha admirado desde o primeiro instante em que conheci. No começo entendi tudo errado, até que percebi que aquela admiração era pelo que ele cativava. É bem verdade que ele era capaz de fazer suspirar as moças que atravessavam seu caminho, mas nenhuma delas era para ele e nem ele para elas. Seu amor estava além disso, ele amava o mundo e tudo que nele continha.


Aprendi a observar de longe, a sentir, não porque havia alguma ligação direta, mas simplesmente por captar a sintonia em que vibrava. E mesmo após partir, continuei observando, seguindo os passos com a mente, absorvendo o que poderia me ensinar mesmo sem saber. Uma alma que não é especial por ser diferente, é uma alma em busca de sua iluminação, de seu propósito, é especial por ser quem é.


Não compreendo os motivos, as razões e tampouco intento seguir os mesmos passos, porque o caminho que a ele pertence não chega perto do meu, nem mesmo tangencia, apesar de em um certo ponto os caminhos terem se cruzado. Mas admiro, admiro porque faz o que sabe que precisa fazer e faz sem medo, encontrou seu caminho na terra, e se não encontrou, sabe como procurar. Admiro, respeito e observo os passos de um andarilho.