quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Amigo de qualquer jeito

Ah, os amigos... Peças fundamentais que compõem o quebra-cabeça da vida. São eles aquelas criaturas que dão sentido aos fins de semana, aos momentos tristes bem como aos alegres, à mesa do bar, ao convívio estudantil e aos devaneios do Facebook. Amigos podem ser confidentes, recíprocos de um papo intelectual, de risadas ou de desabafos. Podem ser tudo isso junto e misturado ou todos os ingredientes separados.


Tenho tantos amigos diferentes que às vezes penso como é que essas pessoas maravilhosas conseguem convergir em na minha amizade em comum. Amigos doces, tímidos, alegres, retraídos, arrogantes, simpáticos, estranhos, malucos, normais (até demais), ambientalistas, progressistas, de esquerda, de direta ou em cima do muro. Há ainda aqueles que vêm e ficam, vêm e vão embora; às vezes voltam, às vezes não. Alguns não se bicam, outros se odeiam, alguns se toleram, outros se tornam amigos e a todos eu amo.


Amigos eu tive, amigos eu tenho, amigos eu sempre terei. E pelo caminho novos entrarão, outros sairão e muitos permanecerão.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Em uma escada da FFLCH


Foi em uma daquelas noites quentes de final de ano que, sentada em uma escada do prédio da História e Geografia na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), na USP, em uma agradável conversa – à parte de uma fracassada festa – com duas amigas, Ariana e Milla, eu decidi mudar os rumos da minha vida: Eu vou estudar Letras aqui na FFLCH. Não era uma promessa para o ano novo, era uma decisão para a vida.


Aquela noite do final de 2010 definiu 2011 como o ano que pode ser chamado de um dos melhores anos – para não dizer o melhor ano – da minha existência. Era mais que um cursinho pré-vestibular; decidir retornar ao Objetivo, dez anos após ter fracassado na segunda tentativa de entrar na ECA (Escola de Comunicação e Artes), foi como despertar de um profundo sono entorpecido. Mudar a desgastante rotina, retomar parte da adolescência, conhecer pessoas maravilhosas, encontrar novos professores e rever aqueles que estiveram presentes nas minhas primeiras tensões pré vestibular, muito me ajudou a amadurecer durante esse breve ano de 2011.


Agora estou matriculada na USP no curso pelo qual batalhei. Talvez por não ser de tão difícil ingresso, talvez por minha extrema dedicação, talvez pela ajuda e suporte que tive dos meus professores, amigos e família, ou, talvez ainda, por um misto disso tudo. O fato é que aquela decisão que tomei na escada da FFLCH, há mais de um ano, hoje está concretizada. De todas as noites mal dormidas, fins de semana sacrificados e shows não fotografados, posso dizer que tudo, absolutamente tudo, valeu a pena.


Aos que também tiveram a felicidade de ver o nome na lista dos aprovados, parabéns! Agora é que a luta começa. Aos que não conquistaram seu objetivo imediato de ingressar na tão sonhada universidade, digo-lhes com experiência de vida: não é o fim do mundo. Não entrei na USP em 2001, não entrei em 2002, abandonei a ideia das artes plásticas e retomei-a dois anos mais tarde na Belas Artes. Lá deixei meu salário lá durante 4 anos e descobri, ao me formar, que aquele curso o qual tanto sonhei, não era o que eu buscava. Se me arrependo? Não, existem coisas que você descobre somente com a vivência. Além do mais, durante esse percurso, apaixonei-me pela fotografia, fiz cursos, viajei, fotografei shows de rock, tive experiências incríveis e inesquecíveis até, enfim, encontrar o caminho das letras.


Aos meus amigos e à minha família, obrigada pela força, por compreender os meus sumiços e a ausência quase constante. Aos meus professores, novos e antigos, agradeço a força, a companhia, as aulas, os momentos de desabafo e as risadas; alguns de vocês talvez eu nunca mais veja, outros, ainda trombaremos por aí, mas saibam que todos estarão sempre aqui – piegas – no meu coração! A vocês, um grande abraço; e, para quem ainda está na luta, força sempre. 2012 começa agora!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A novela das sacolas plásticas

A Associação Paulista dos Supermercados resolveu bancar o Super-Heroi Verde. As sacolinhas de plástico pararam de ser distribuídas e agora o mundo pode respirar tranquilo. Não haverá mais toneladas de lixos e poluentes atirados aos rios – nem é preciso levar em consideração que o que menos se encontra nos rios são as sacolinhas, mas isso não é problema – afinal agora o programa de reciclagem será devidamente implantado e a água do Tietê voltará a ser potável.


Todavia, os grandes empresários do comércio alimentício precisam receber algum benefício por tamanha benevolência. Por esse motivo, o custo que com as sacolinhas que era embutido no preço final do produto não será abatido do valor final. E você ainda poderá comprar sacolinhas para levar suas compras para casa e contribuir para aumentar o lucro dos mercados. Assim todo mundo sai ganhando.


Ah, não? Bom, pelo menos os donos de supermercado ganham – e duas vezes! Além de não gastar mais com sacolinhas plásticas, você continua pagando por elas ao fazer compras pelo mesmo valor que costumava fazer quando havia distribuição de sacolas, e ainda pagará para comprar sacolinhas (afinal, sacola comprada não polui!). Mas não se preocupe, ainda há a opção de optar pela sacola retornável. Quanto ao lixo que você costumava descartar nas sacolinhas do supermercado, as sacolas plásticas continuarão a ser usadas para esse fim, a diferença é que você precisará pagar por elas.


Está feliz? Então coloque um nariz de palhaço na sua cara e abra um largo sorriso e sacuda a bandeirinha verde. Caso não esteja, ainda há esperança: por determinação da justiça, as sacolinhas devem voltar à distribuição sem cobrança nos supermercados. Entretanto, levados pelo discurso ambiental falacioso que mascara o real interesse da campanha antissacolinha, alguns ambientalistas compraram a ideia e são contra o retorno dessas vilãs do planeta. A estes, o bolso dos empresários agradece.