segunda-feira, 28 de junho de 2010

A ignorância é uma desgraça, e o aumento de 18% no Senado, uma falácia.


Alguns dizem que a ignorância é uma virtude. Ignorar é botar a cabeça no travesseiro e não sentir nada pesar, é levar uma vida de merda e nem se dar conta disso, ou como diria Wahrol, mesmo que estejam insatisfeitos com a vida, as questões nunca atingem um nível mais amplo. Eu gostaria de ignorar certos fatos, pois quando não ignoro, percebo que a ignorância é uma desgraça.


E aí está rolando a Copa do Mundo, a grande ferramenta de manipulação em massa, a imponente vilã que nos ataca brutalmente de quatro em quatro anos, deixando todos cegos e ignorando todos os fatos que acontecem à sua volta.  O pão e circo de todo ignorante feliz. Poucos questionam se o problema está na copa ou no torcedor, importante é falar bonito, mostrar consciência e dizer que os Brasileiros são estúpidos por torcer fanaticamente.


O povo brasileiro geralmente é estúpido mesmo, com ou sem Copa. Seja torcendo ou falando mal, porque nem pra falar mal o brasileiro tem alguma moral. Nas últimas semanas, brasileiros desprovidos de massa encefálica tentaram mostrar consciência divulgando no Twitter que os senadores aprovaram um aumento de 18% nos seus próprios salários enquanto o povão curtia a Copa do Mundo.


Ocorre que no dia 17 de junho o Senado aprovou um aumento de 18% para os servidores públicos do governo federal, não houve um aumento aprovado em benefício próprio. Mas ignorância impediu os cidadãos com crise de consciência de checar a veracidade do fato que fora divulgado erroneamente no Twitter, simplesmente acharam bonito mostrar sua estupidez passando a mensagem adiante.


O Brasil precisa de um povo mais consciente sim, mas não é eliminando a Copa do Mundo de nossas vidas que essa consciência vai acontecer. Se o povo demonstra sua alienação durante os jogos, é porque é alienado o resto do tempo também. Não é o futebol que deixa o povo mais burro, é o povo que não consegue refletir nada além de um mundo limitado por uma bola rolando no campo. Afinal, torcer pela seleção é diversão, pensar um pouco além é ser cidadão.



quarta-feira, 16 de junho de 2010

A Copa do Mundo é nossa!

O Brasil tem um povo hipócrita, brasileiro só é patriota no período da Copa. A Copa é um mega evento motivado apenas pelo dinheiro. Os jogadores são uns vendidos, naturalizam-se em outros países e jogam na seleção que oferecer o maior lance na batida do martelo, afinal é grana, e como eles dizem, é profissão. Ganhando ou perdendo, eles embolsam uma verdadeira bolada enquanto os torcedores se descabelam.


Foi-se o tempo dos chamados belos jogos onde o que falava era o coração. Eu nem gosto de futebol, não tenho nem mesmo alguma preferência por algum time regional. Tenho todos os motivos racionais e coerentes para não torcer pela Seleção Brasileira na Copa e não ligar para esse futebol de pão e circo. É, nem sempre fala mais alto a razão.


Eu tentei negar, mas a vontade de torcer é maior, não posso me oprimir, porque quando chega a Copa, todas as coerências vão pelo ralo. A emoção fala mais alto, aquele orgulho besta de ser brasileiro e gritar “GOOOOOOOOOOOOOOOL” e abraçar os amigos, a família, pular e comemorar cada vitória no único momento do futebol em que não prevalece a violência e a pancadaria, apenas a prepotência de dizer que o Brasil tem o melhor futebol do mundo.


Entre a coerência e o simples fato de arrumar um motivo para comemorar, eu escolho a alegria. Às vezes não importa o quão alto fala a razão, se a emoção é ainda mais forte, é nela que eu vou. A Copa do Mundo é nossa, a felicidade é nossa, é tudo nosso!

terça-feira, 15 de junho de 2010

Salvando o mundo

Eu quero salvar o mundo, ao menos desejo isso. Afinal, dizem que querer é poder, e nesse caso não creio que seja bem verdade, ao menos não apenas um querer solitário. Talvez só ato de levantar a bandeira do verde e andar com uma caneca pendurada no pescoço durante uma reunião de preservação do meio ambiente não ajude, mas adquirir uma consciência um pouco mais ampla pode ser um bom começo.


Já dizia o velho ditado que nós devemos ser a mudança que queremos ver no mundo, e eu acredito piamente nisso, de verdade. Acreditar em algo e realmente lutar pelo que acredita é sempre válido, ainda que a ação não resulte em muita coisa, afinal, sempre há tempo (ou não) pra acordar, perceber algo errado e então mudar/melhorar a atitude.


Eu não deixo a torneira ligada enquanto não estou usando, não jogo lixo na rua (cidadania é o mínimo), mas não tomo um banho de 5 minutos (preciso relaxar num banho quente e pra isso 15 minutos se fazem necessários). Opto pela reciclagem, não jogo óleo pelo ralo, mas não pago mais caro para comprar algo ecologicamente correto.


Parece que o mercado do meio ambiente tornou-se bastante lucrativo e falar do efeito estufa virou moda, mas não existe nenhuma objetividade nas ações.  Produtos reciclados, retornáveis, biodegradáveis e afins deveriam estar no mesmo preço ou mais barato que produtos não ecológicos, afinal, ecologia não é luxo e nem deve servir apenas para fazer uma limpa na consciência escondendo a sujeira debaixo do tapete.


“Não desperdice água!” ouço dizer.  Se todos colaboram, realmente preservaremos água. Mas... “compre apenas produtos reciclados!”, não isso não funciona! Não enquanto o mercado não estiver  voltado pra isso. Se a grande massa não tiver acesso e apenas um grupinho “ecologicamente correto” puder pagar mais caro por isso, não vai funcionar mesmo. Faço o que posso, mas hipocrisia tem limite.


E por favor, desligue a torneira quando você estiver escovando os dentes, você realmente não precisa dessa água escoando inutilmente enquanto lustra os dentinhos. Também não jogue lixo na rua (a menos que você faça isso também na sua casa, ninguém pode te culpar por ser porquinho!). Do resto, faça como a consciência mandar, e isso vale principalmente para seus valores éticos e morais, seja honesto! Corrupção e hipocrisia poluem mais que óleo despejado no rio.