terça-feira, 31 de dezembro de 2019
O velho ano novo
domingo, 22 de dezembro de 2019
Saudade é um negócio que dói
Saudade é um negócio que dói. Mas existe aquela saudade boa, da distância física mas de proximidade emocional, correspondida, que é amenizada com mensagens, cartas, telefonemas, uma chamada de vídeo, trocas que transformam o próximo encontro em uma explosão de amor.
Existe aquela saudade dos que já se foram, que não pode ser suprida de forma alguma, em que nada há a fazer se não deixar as lágrimas fluírem, e esperar que o tempo amenize a dor que cada cheiro, cada lugar, foto e lembrança traz pela memória afetiva, até que a ausência não mais machuque profundamente na alma.
Há também a saudade que magoa, que vem só de um lado, não há reciprocidade. Uma saudade que se sente sozinho, que se chora sozinho, sem ter como matá-la nem enterrá-la porque a outra parte não se foi, mas não te quer mais por perto. É uma saudade cruel, solitária, cheia de lembranças e memórias que apertam o coração e enchem os olhos de lágrimas com a dor da rejeição, e não há o que fazer se não esperar que morra sozinha, porque a outra parte decidiu seguir em frente sem você.
segunda-feira, 16 de dezembro de 2019
Eu ainda estou aqui
segunda-feira, 9 de dezembro de 2019
A latinha
Eu guardei essa latinha por sete anos. Era a primeira vez que sentávamos juntos para conversar. Acabaram as balinhas e eu fiquei com a latinha. "É boa para guardar clips" você disse.
Em fins de relacionamento, as pessoas precisam lidar com lembranças, cartas de amor, músicas. Nós não tivemos nossa música, nós não trocamos cartas de amor. Mas eu tenho essa latinha e agora eu tenho que lidar com ela. Ninguém, acho que nem você, faz ideia do que essa latinha representa, todas as lembranças que ela me traz e o carinho que a envolve. A latinha da conversa amiga, das palavras de conforto e a voz macia que sempre me acalmava. Do amigo que o tempo transformou em amante, meu amor.
Hoje, eu encarei essa latinha. Ela foi para o lixo, saiu do lixo, voltou para o lixo e saiu do lixo. Eu não pude jogar fora uma lata vazia ainda tão cheia de lembranças do amor, amante e amigo que se esvai a cada lágrima.
quinta-feira, 14 de novembro de 2019
O não dito
A eterna vontade de dizer
aquilo que não foi falado
e dizer de um jeito bem dito
daquele jeito bem sentido
e quem sabe então acertar
aquele jeito de não fazer
tudo que foi feito errado
sábado, 9 de novembro de 2019
A febre de sentir
A febre de sentir
o medo de sentir.
Sentir a dor de sentir
O cansaço de sentir
A eternidade do sentir
O sentir do sentir
Apenas sentir.
terça-feira, 26 de fevereiro de 2019
"Hoje, eu acordei com medo, mas não chorei"
Hoje, eu acordei com medo. Coração ansioso, angustiado, sentindo falta de algo que se perdeu, que ficou no passado. Meu refúgio que não era meu, mas o refúgio que eu vivia.
Hoje, eu acordei sem reconhecer meu espaço. Com um medo que não se explica, que não se descreve, que não se entende, e não se chora.
Hoje, eu acordei perdida no presente, vislumbrando um futuro ainda sem forma, sentindo a falta de um passado recente.
Hoje, eu acordei com vontade de me enterrar nos sonhos.
Hoje, eu acordei com medo.
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás"