Foi em uma daquelas noites quentes de final de ano que, sentada em uma escada do prédio da História e Geografia na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), na USP, em uma agradável conversa – à parte de uma fracassada festa – com duas amigas, Ariana e Milla, eu decidi mudar os rumos da minha vida: Eu vou estudar Letras aqui na FFLCH. Não era uma promessa para o ano novo, era uma decisão para a vida.
Aquela noite do final de 2010 definiu 2011 como o ano que pode ser chamado de um dos melhores anos – para não dizer o melhor ano – da minha existência. Era mais que um cursinho pré-vestibular; decidir retornar ao Objetivo, dez anos após ter fracassado na segunda tentativa de entrar na ECA (Escola de Comunicação e Artes), foi como despertar de um profundo sono entorpecido. Mudar a desgastante rotina, retomar parte da adolescência, conhecer pessoas maravilhosas, encontrar novos professores e rever aqueles que estiveram presentes nas minhas primeiras tensões pré vestibular, muito me ajudou a amadurecer durante esse breve ano de 2011.
Agora estou matriculada na USP no curso pelo qual batalhei. Talvez por não ser de tão difícil ingresso, talvez por minha extrema dedicação, talvez pela ajuda e suporte que tive dos meus professores, amigos e família, ou, talvez ainda, por um misto disso tudo. O fato é que aquela decisão que tomei na escada da FFLCH, há mais de um ano, hoje está concretizada. De todas as noites mal dormidas, fins de semana sacrificados e shows não fotografados, posso dizer que tudo, absolutamente tudo, valeu a pena.
Aos que também tiveram a felicidade de ver o nome na lista dos aprovados, parabéns! Agora é que a luta começa. Aos que não conquistaram seu objetivo imediato de ingressar na tão sonhada universidade, digo-lhes com experiência de vida: não é o fim do mundo. Não entrei na USP em 2001, não entrei em 2002, abandonei a ideia das artes plásticas e retomei-a dois anos mais tarde na Belas Artes. Lá deixei meu salário lá durante 4 anos e descobri, ao me formar, que aquele curso o qual tanto sonhei, não era o que eu buscava. Se me arrependo? Não, existem coisas que você descobre somente com a vivência. Além do mais, durante esse percurso, apaixonei-me pela fotografia, fiz cursos, viajei, fotografei shows de rock, tive experiências incríveis e inesquecíveis até, enfim, encontrar o caminho das letras.
Aos meus amigos e à minha família, obrigada pela força, por compreender os meus sumiços e a ausência quase constante. Aos meus professores, novos e antigos, agradeço a força, a companhia, as aulas, os momentos de desabafo e as risadas; alguns de vocês talvez eu nunca mais veja, outros, ainda trombaremos por aí, mas saibam que todos estarão sempre aqui – piegas – no meu coração! A vocês, um grande abraço; e, para quem ainda está na luta, força sempre. 2012 começa agora!