terça-feira, 28 de janeiro de 2014
No divã da vida: as minhocas
Medo... bom, é claro que eu tenho medo. Mas ele se alimentava do húmus que agora as minhocas não estão conseguindo produzir.
Exatamente, as minhocas meio que estão morrendo de fome.
Porque eu não as alimento.
Com fome elas não crescem, se não crescem não há terra fértil para o medo, a angústia, a ansiedade, o mal estar. Terra dura, elas não têm forças pra se alimentar.
A vida. Foi a vida que endureceu a terra.
Se há terra fértil para as flores? Não pensei nisso ainda.
Você tem razão. Sinto falta delas. Mas dá uma preguiça de cultivar...
Talvez, talvez.
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
Quando reaprendi a chorar
Revisitando fotos, posts, comentários... um museu virtual, interno, pessoal, interpessoal, público, privado. A vida estava tranquila, mas eu já não sabia o que era chorar. Veio um idiota e abriu um coração que há muito estava fechado. Lágrimas de muitos anos, contidas numa pressão que causava dor de cabeça. Vieram a tona, numa dor insuportável, transformando-se em ódio seguido de indiferença. Eu reaprendi a chorar! Dizem que tudo acontece por um motivo, uma razão. Eu só queria saber qual era a razão para tanta dor, tão desnecessária, causada pela relação com alguém que em nada me acrescentou, me induzindo a um estado depressivo que me fazia desejar cair num eterno sono sem sonhos. Hoje, vendo a facilidade que uma lágrima tem para escorrer sobre meu rosto, é que percebo por quê. Nunca mais dores de cabeça por lágrimas presas. Sem medo de chorar, sem medo de viver.
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
Zóio
Respira.
Suspira, abre, fecha, vira, revira, prende, solta, escapa, vai, volta, geme, para, transpira.
Respira.
Cochila, acorda sacode, esquenta, esfria, tosse, espirra, bebe, come, supira.
Transpira.
Inspira, expira, inspira, expira, vira, revira, respira, respira.
Cochila.
Acorda, inspira, transpira, ofega, sente.
Expira.
Anda, trabalha, recorda.
Volta, desmonta.
Desmaia.
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
De Bentinho a Caeiro
Houve um tempo em que eu fui mais Bentinho, de imaginação cuja égua íbera dava à luz incontroláveis potrinhos. Já foi o tempo. Hoje estou mais Alberto Caeiro, vendo, vivendo, sentindo e observando o mundo sem muito pensar nele, porque, afinal, dele "nada tiramos e nada pomos; passamos e esquecemos; E o Sol é sempre pontual todos os dias."
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
Joana, João, José, Maria e Tião
João e Maria eram amigos de Joana. Maria não gostava de João. Maria apresentou José a Joana, que se apaixonou por José, que traiu Joana, Maria e Tião. Maria e Joana eram amigas de Tião, que parou de falar com Maria, porque Maria não queria falar com Tião. João não gostou de ver Joana com José e parou de falar com Joana, que parou de falar com Maria, porque Maria não queria falar com Joana. Joana é amiga de Tião que não gosta de Maria que não gosta de Joana, Tião e João, que não gosta de Joana, que odeia José, que não gosta de ninguém.