domingo, 13 de outubro de 2024

Criança 🍭

🍭🍬🍫🍪🍩🍦🍰
🍩🍪🍭🍬🍫🍦🍰
🍬🍫🍪🍩🍭🍦🍰
🍰🍦🍩🍭🍬🍪🍫

🌈

criança 

não

cansa

🌟

Cansa 

quem

cansou

De ser

criança 

🍭🍬🍫🍪🍩🍦🍰🎂🍧🍬🍭

sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Os ramos da vida

🌿 🌳 🍃 🍁 🌱

Cada instante da vida de uma pessoa é uma ponta com infinitos ramos de possibilidades. Estes, por sua vez, são outros momentos com outros infinitos ramos. Essas infinitas ramificações se entrelaçam com outras pontas de outros ramos originadas de outros momentos, outras árvores, outras histórias, criando um emaranhado de infinitas possibilidades que poderiam ser totalmente caóticas, mas de uma forma ou de outra, se ordenam de alguma maneira.

Uma escolha feita é um ramo que cresceu em detrimento de outro que minguou, e os entrelaçamentos dependem de cada escolha, de cada ponto, de cada instante.

E se eu tivesse feito outra escolha? E se outra coisa tivesse acontecido? Tudo seria diferente? Melhor ou pior? E o que importa? As coisas são o que são. O que aconteceu, sendo escolha ou não, é um ponto fixo na nossa história. O que vem depois disso é o que temos que administrar, é o que temos que viver, é o ramo que temos para originar outros ramos daqui em diante.

🌿 🌳 🍃 🍁 🌱

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Poesia inicial

❤️

A Poesia Inicial

Desejo
Intimidade
Simples
Possível
Olhar
Natural
Inspiração
Beijo
Intenso
Leve
Imerso
Desvelo
Amor
Disponível
Essencial

❤️

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Tatos e contatos

🌸

Eu nunca gostei de proximidade com pessoas com as quais não tenho intimidade. Nunca gostei de falar ao telefone, e até desistia de comer pizza quando meu pai falava pra eu ligar na pizzaria (eis que os apps de delivery resolveram esse problema!). Eu nunca gostei de dinâmicas de grupo, abraços forçados e contato físico com qualquer pessoa com a qual eu não tenha desejado abraçar ou tocar espontaneamente. A sensação é de invasão de um espaço sagrado, o qual apenas abro àqueles que de fato têm um lugar no meu coração, na minha vida. Já tive atritos, problemas no trabalho, porque simplesmente é difícil para alguns entender essa aversão ao contato físico.

Já foi mais difícil, eu continuo não gostando, mas a experiência de vida e os anos me ensinaram a tornar a aversão algo mais tolerável, dentro de certos limites (ainda me recuso a participar de dinâmicas de grupo!), mas aprendi a aceitar abraços de meros conhecidos sem que meu corpo inteiro se retesasse em aversão ao toque.

Mas, se tenho aversão ao contato físico, não tenho às pessoas. Afinal, não somos nada sozinhos. Não somos nada sem aqueles que nos cercam, longe ou perto, conhecido ou desconhecido.

O celular com o qual digito agora foi produzido por alguém. O prédio em que resido foi erguido por muitos alguns dentro da cadeia de produção de muitos. A manutenção e higiene do prédio certamente não é feita por mim. Se tenho comida na mesa é porque eu trabalho, sim, e posso pagar, mas outras pessoas trabalharam para que ela estivesse disponível no mercado. Eu poderia aqui gastar horas escrevendo uma lista: fornecimento de energia elétrica, água, coleta de lixo, transporte, restaurantes, lazer, diversão, bens de consumo... Essa lista não teria fim. O que importa mesmo é que sozinhos não somos e não podemos ser, por mais isolados que tentemos ficar.

Portanto, pessoas desconhecidas que fazem a minha vida melhor: obrigada, mesmo! Mas, assim, por favor, longe de mim.

👋

terça-feira, 10 de setembro de 2024

Os outros

💬✨

Sempre que entro em algum ambiente, os papos são sempre os mesmos. No refeitório, no ônibus, no metrô ou no trem: o assunto é sempre alguém. Alguém reclamando de outro alguém. Aquele que fala é sempre vítima, e aquele sobre quem se fala é sempre o carrasco de quem sentimos asco.

Há também as fofocas, as línguas afiadas, venenosas, rancorosas, invejosas. Ainda que, para aquele que fala, o venenoso, o rancoroso, o invejoso é sempre o outro. As pessoas vivem para falar de outrém, e esquecem de si, e sequer se dão conta que sentem inveja também. Sentir inveja não é propriamente o problema, problema é não ter consciência dela e, ao tê-la, não assumir ou resolver o próprio dilema.

Dilemas, esquemas, problemas. O problema é sempre o outro. Mas inconveniente mesmo é que todo mundo sempre será o outro na perspectiva de alguém. E aí, o infortúnio é de quem?

🤔🗣️

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Autoconhecimento

Autoconhecimento não é uma meditação, não é epifania ou atingir a iluminação. É viver para aprender a diferenciar o que é personalidade do que é vício; crença de fato; convicção de teimosia; resiliência de resignação; fome de vontade de comer; amor de possessão, desapego de descaso; medo de autopreservação. É entender que, às vezes, não se trata de desistência, é só mudança de planos, é transmutação, é apenas mudança de foco e redirecionamento de energia.

🌱✨

sexta-feira, 19 de julho de 2024

O melhor lugar do mundo

O melhor lugar do mundo é dentro de um abraço. Mas não é qualquer abraço. É aquele abraço que não sufoca, que te dá espaço mesmo sendo apertado. E quando aperta, conforta. Abraços espontâneos, abraços curtos, longos, abraços interdimensionais.

Abraços interdimensionais são aqueles que transportam para uma outra realidade, longos e demorados ou curtos em que o tempo parece parar e durar uma eternidade em uma fração de segundo. O bom abraço é recarregador da alma, do coração, da vida, gera energia sem drenar e contraria as leis da física de que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar.

Abraço bom é o abraço amigo, abraço amante, abraço fraterno, abraço materno, abraço paterno, abraço indefinido, abraço de conforto, abraço caloroso, abraço com desejo, abraço com carinho, abraço com lágrimas, abraço com ternura, abraço com sorriso. Abraço bom é qualquer abraço que te diz: o melhor lugar do mundo é aqui e agora.

🫂💖✨

Um abraço! 

quinta-feira, 27 de junho de 2024

Diário de bordo invertido

🌊🚢 Ela saiu e eu me vi sozinha nessa cabine com todas as minhas entranhas para fora. Ela sempre faz isso, em todo lugar. Quarto de hotel, quarto de visitas e até aqui, numa cabine de navio. Fiquei encostada no sofá, perto da janela. Ela voltaria de noite, cansada. Espalharia ainda mais tudo pelos cantos, tomaria um banho e devolveria algumas partes para dentro de mim antes de dormir. Mas ela não voltou. Me senti sozinha, abandonada.

🌅 Mas então percebi que eu nunca havia vivido isso. Eu tinha uma cabine de navio só para mim. Que loucura! Cruzei os mares apreciando a paisagem, era uma cabine com janela! Amanheceu e o navio atracou. Achei que ela apareceria agora, mas não apareceu. Ouvi rumores de que o navio zarparia novamente, que emocionante!

🌊 Mas então um estranho invadiu a cabine e começou a devolver minhas entranhas para dentro de mim sem a menor cerimônia, sem o menor pudor. Fui etiquetada, me senti violada, tudo foi revirado, socado, nada estava onde deveria, fiquei entupida, desajeitada. Me levaram para uma sala escura, sem janela, junto com outras que estavam na mesma situação que eu.

😟 Sozinhas, abandonadas, esquecidas. Pouco nos entendamos, éramos cada uma de um país. Mas sabíamos que estávamos unidas pelo mesmo sentimento de medo do que estava por vir. Nos perguntávamos se veríamos nossos companheiros de viagem novamente. Porque fizeram isso com a gente? A viagem foi longa, tortuosa. O navio atracou novamente, mas eu não sabia o que estava acontecendo, nenhuma de nós sabia.

🚪 A porta se abriu e uma de nós foi retirada pela mesma pessoa que me arrancou da minha cabine de forma tão abrupta. A tensão aumentou no ambiente. Para onde ela foi levada e o que estava acontecendo? Comecei a temer pelo meu destino e pensei que nunca mais voltaria pra casa. Quando a porta se abriu novamente e me pegaram pela alça repentinamente, olhei para trás e desejei boa sorte às minhas companheiras de viagem. "Aguentem firme!", falei.

💖 Foi então que a vi. Ela parecia assustada, mas também aliviada. Entregaram-me para ela, que me abriu para uma rápida conferência. Tava tudo bagunçado, mas parecia estar tudo ali. Respirou fundo, aliviada, colocou-me nas costas e voltamos para casa. Foi uma aventura estressante, porém incrível! Espero que as minhas companheiras de viagem estejam bem, e que tenham o mesmo final feliz que eu. 🌈✨

quinta-feira, 20 de junho de 2024

Estações

🌼✨

Surpresa da surpresa

de toques e retoques

do frio ao calor

um leve intenso choque.


Intenso e suave ardor

terno e afetuoso torpor

da primavera fazemos outono

num dia de noite sem sono.


O inverno vira verão

e mudamos a estação.

☀️❄️



quinta-feira, 13 de junho de 2024

A libertação de cada dia

🌊💚

Quanta culpa eu senti,

quanto peso eu carreguei,

quanta carga de outrem eu absorvi.

Quanto de mim se perdeu

quando tudo que me faltava não era meu.

Quanta dignidade eu perdia

enquanto a minha vida

gota a gota eu cedia.

Quanto de mim resgatei

quando a vida eu encontrei,

nas pequenas coisas de cada dia

e no grito que eu prendia,

na voz que eu soltei

enquanto a dor se esvaía.

✨🌈

sábado, 8 de junho de 2024

Das pequenas grandes coisas

🌼🌼

Aprendemos a vida toda que temos que valorizar as pequenas coisas. A verdade é que precisamos mesmo é das grandes coisas. São as pequenas coisas da vida que nos consomem, que nos apequenam.

Nosso cotidiano, cheio de problemas, por maiores que sejam e nos consumam, é que é pequeno. Aquele pôr do sol, que nos maravilha os olhos, é grande. Um beijo é grande. Um abraço é grande. Um filme é grande. Um livro é grande. Momentos de prazer são grandes. Tudo que nos faz realmente feliz ou, de alguma forma, nos transmite paz, é realmente enorme.

São das grandes coisas da vida que precisamos, porque são elas que nos engrandecem. São curtos, longos, breves ou intensos momentos, mas sempre grandes coisas. As pequenas coisas têm tomado tanto espaço em nossas vidas que falta espaço para as grandes, amedrontadas, encurraladas, acuadas grandes coisas que fogem assustadas, escapam por entre os dedos.

Tenho vivido tanto as muitas pequenas coisas que me engolem todos os dias e que às vezes ofuscam o brilho das grandes. Imensidão de pequenez que invade a vida como um tsunami e afogam qualquer vislumbre da grandeza da vida.

A vida é curta, a vida é grande. A vida é assustadora. A vida é tudo, a menos que se faça pequena.

🌼🌼

Amizade sem filtros

❤️❤️

E quando te descobri
Sem filtros
Nem sei o que senti
Me assustei
Me entreguei
Me surpreendi
Me revirei
Virei do avesso
Virei tomate
🍅
Me redescobri

❤️❤️

quinta-feira, 6 de junho de 2024

Reflexões sobre a bateria social

🔋⚠️

Às vezes eu finjo que não vi apenas para evitar a fadiga de ter que interagir.

Cumprimentar alguém consome um alto nível de energia. Minha bateria social não segura muita carga e cumprimentar um conhecido fora do contexto é capaz de esgotá-la em segundos.

Tudo depende do nível de intimidade. Se eu te conheço apenas do trabalho, sem qualquer nível de intimidade ou interação diária, por exemplo, eu posso tranquilamente te cumprimentar dentro do ambiente profissional. Mas se eu não te conheço para além desse ambiente, eu não quero te cumprimentar ao te encontrar passeando no shopping. Não é que eu não vá com a sua cara, eu apenas não tenho energia para cumprimentar fora de contexto; a gente não tem nem assunto! Vai ser um "oi" constrangedor sem nenhuma pausa no caminhar. E se pausar, vai ser mais constrangedor ainda.

Não é sempre que acontece: pode ocorrer de a bateria social estar totalmente carregada, aí eu posso dispensar um "oi" para um conhecido fora do contexto, mas aí a carga já cai para 50%. Mas se parar e perguntar o que tenho feito ou puxar qualquer outro papo furado, o indicador de bateria começará a piscar incessantemente exigindo recarga.

Acho até que estou fazendo um favor para a outra parte: ela também pode não estar a fim de interagir apenas para cumprir protocolos sociais. Daí ocorre que salvei a nós dois!

Mas, às vezes, eu não vi mesmo, acontece com frequência. Qual da duas opções ocorreu? É o Humor de Schrödinger.

🔋⚠️