quinta-feira, 6 de junho de 2024

Reflexões sobre a bateria social

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Às vezes eu finjo que não vi apenas para evitar a fadiga de ter que interagir.

Cumprimentar alguém consome um alto nível de energia. Minha bateria social não segura muita carga e cumprimentar um conhecido fora do contexto é capaz de esgotá-la em segundos.

Tudo depende do nível de intimidade. Se eu te conheço apenas do trabalho, sem qualquer nível de intimidade ou interação diária, por exemplo, eu posso tranquilamente te cumprimentar dentro do ambiente profissional. Mas se eu não te conheço para além desse ambiente, eu não quero te cumprimentar ao te encontrar passeando no shopping. Não é que eu não vá com a sua cara, eu apenas não tenho energia para cumprimentar fora de contexto; a gente não tem nem assunto! Vai ser um "oi" constrangedor sem nenhuma pausa no caminhar. E se pausar, vai ser mais constrangedor ainda.

Não é sempre que acontece: pode ocorrer de a bateria social estar totalmente carregada, aí eu posso dispensar um "oi" para um conhecido fora do contexto, mas aí a carga já cai para 50%. Mas se parar e perguntar o que tenho feito ou puxar qualquer outro papo furado, o indicador de bateria começará a piscar incessantemente exigindo recarga.

Acho até que estou fazendo um favor para a outra parte: ela também pode não estar a fim de interagir apenas para cumprir protocolos sociais. Daí ocorre que salvei a nós dois!

Mas, às vezes, eu não vi mesmo, acontece com frequência. Qual da duas opções ocorreu? É o Humor de Schrödinger.

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