sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Onde está o seu Ano Novo?

Eu desejava produzir um texto para o ano que chega, como costumo fazer nessa época festiva. Mas, por alguns dias, pensei que, nos anos anteriores, eu já tivesse esgotado tudo que eu eu poderia escrever sobre o ano novo e que para a virada 2011-2012 não viria nenhuma produção literária. Até ouvir, de uma professora, a seguinte pergunta: “Onde está o seu ano novo?”. A pergunta, por mais simples que possa parecer, ofereceu-me muita reflexão e gerou ideias para um novo texto a respeito dessa época que tanto nos enche de expectativas.


A virada do ano é uma data simbólica, representa o fim de um ciclo e início de outro, é natural, portanto, que venham com ela tantas esperanças e façamos tantos planos e promessas para os ano que nasce. No momento em que chega a meia noite de 31 de dezembro, abraçamos nossos familiares e amigos, desejamos os melhores votos, estouramos frisantes, fazemos promessas e todo tipo de ritual em busca de sorte: oferecer flores à Iemanjá; pular sete ondas; comer lentilha; colocar folha de loro na carteira. E então passam os dias, meses, e tudo aquilo que desejamos com tanto entusiasmo, cai no esquecimento.


Desejar o melhor para nós e os nossos é fácil, difícil é dar um real significado a todos esses votos de final de ano, afinal, de nada adianta o calendário seguir em frente se nós continuamos estagnados. E é aí que entra a pergunta: onde está o seu ano novo? O ano novo pode ser seu aniversário, um dia qualquer que, por algum momento epifânico, você resolveu mudar; pode ser ele todos os dias, a cada dia uma mudança gradual.


Portanto, ao chegar o primeiro segundo de 2012, celebre, beba, coma, reze, ritualize, deseje e faça promessas, mas dê significado a tudo isso. Seja qual for seu desejo, esteja você prestando vestibular e almejando a tão sonhada vaga na universidade, planejando um novo emprego ou entrar em um relacionamento bacana, saiba que é você — e só você — que pode fazer o seu Ano Novo.


É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.” (Carlos Drummond de Andrade – Receita de Ano Novo)

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Regras para o namoro do século XXI

O namoro do século XXI vem, obrigatoriamente, de uma relação que começou descompromissada; amar é um efeito colateral deste primeiro passo. Apaixonar-se antes de dar os primeiros pegas, é brega. Primeiro fica-se a fim e, após sondar o território, começa-se a flertar e a esperar respostas. Caso sejam positivas, basta então começar a investir diretamente para aproveitar o bem bom. Demonstrar qualquer sinal de sentimentos mais profundos é proibido, declarações de amor e bem querer estão fora de moda. Mostrar-se desencanado, ainda que não esteja de fato, é essencial; manter a relação enrolada sem definir para que lado vai é o caminho para um namoro que provavelmente não vai acontecer e vai lhe deixar muito frustrado, mas você supera, porque está no caminho certo. E então você parte para outra e segue os mesmos passos, de novo, e de novo, e de novo...