sexta-feira, 12 de março de 2010

É trouxa, mas é feliz

Noite agradável, volta pra casa, olhar vagante pela janela do carro e uma visão: Centro de Diagnósticos do hospital Albert Einsten. E então uma rápida reflexão acerca do famoso e caro hospital, hospital de luxo! Sempre ouço falar dele na televisão. Quando um político moribundo sofre algum ataque cardíaco, o hospital o recebe com toda a estrutura que ele não merece. E quem paga a conta? Os trouxas, sempre os trouxas. Pagamos para que senadores, presidentes de camaras, deputados e o diabo usufruam do hospital mais caro de São Paulo e, como recompensa, eles nos oferecem o SUS.


Político não precisa de grandes investimentos em saúde pública, ele pode contar com a melhor estrutura no setor privado. Não precisa de escolas estaduais ou municipais de qualidade, ele pode mandar seus filhos estudarem no exterior,  e  vantagem é que a picaretagem eles já aprendem no berço mesmo. Eu acho a troca mais que justa, afinal, quem paga por isso é o trouxa e trouxa pode ficar com a bolsa esmola que lhe dão em troca ou então aceitar o favorzinho na reforma do barraco e ajuda na ONG "Criança pobre mas Feliz". Para tanto, não é preciso fazer nada além de vender a alma ou oferecer uns míseros votos, nada muito relevante.


O que importa mesmo é que os trouxas sofrem mas são felizes, porque é assim que todo trouxa deve ser: feliz e solidário.  Afinal, se todos os que tem fizerem um pouco pelos que não tem, o governo continuará a não precisar fazer coisa alguma além de usufruir do dinheiro público, de hospitais de luxo e garantir o futuro de seus filhos no exterior.

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