domingo, 19 de agosto de 2012

A vida através dos filmes

Já dizia Oscar Wilde que a "a vida imita a arte muito mais do que a arte imita a vida". É verdade, até certo ponto. É fácil se identificar com personagens, cenas de filmes, ou imaginar-se nelas. A vida, inclusive, tem trilha sonora. Sofremos, imaginamos situações como nos filmes. A diferença é que, no filme, muitas vezes o final feliz é o esperado, ao passo que, na vida real, podemos até ter um "final" feliz para determinada história, mas ele não está escrito, e provavelmente não será aquele que desejamos no momento para sanar a dor que nos envolve.


Por muito tempo esperei ganhar as farinhas de "Mais estranho que a ficção", tão doces, tão significativas, tão cheias de "Eu quero você". Eu esperei, mas não ganhei, porque a vida não é, exatamente, como um filme. No entanto, há um quê deles em nossas vidas.







Ah... quem dera saber que, como em "Alguém tem que ceder", após o pranto de Erica Barry (Eu? Ah, não. Diane Keaton) , o seu amor se tornaria concreto, o almejado final feliz, afinal, aconteceria. É impossível enxergar, no momento da dor, qualquer outro "final" que não aquele que desejamos. Nisso, a vida diferencia-se dos filmes. Tudo que sei é que, como ela, eu deixei alguém entrar, e tive aquele momento; agora tenho as lágrimas.







Eu tentaria mudar meu passado, se a vida fosse como em "Efeito Borboleta", e talvez eu descobrisse que mudar algo poderia atrapalhar, e muito, o presente e o futuro. Mas eu não saberia disso, e arriscaria. Eu tentaria apagar a causa da minha dor, mas a vida não é um filme. Eu não posso apagar o dia em que conheci alguém, tampouco os momentos mais perfeitos que vieram logo após. Talvez nem fosse justo apagar, por mais dor que ele me cause, acabo apegada a esse sentimento porque, de alguma forma, ele ainda me dá esperança, esperança de que algo ainda não morreu, até que, naturalmente, ela morra juntamente com o sentimento que a alimenta.







Se eu daria à minha cabeça um "Brilho eterno de uma mente sem lembranças"? Talvez... lembranças... quase impossível viver com elas, impossível viver sem elas. São elas que proporcionam a saudade... sentimento tão lindo, tão poético, tão cruel.







A vida imita a arte, a vida imita filmes, ou parte deles, e compõe um quebra cabeça único. E agora, tudo o que tenho é o desejo de não esquecer.







"– Acabou. Vou voltar para casa.


– Não! Você não pode… Pare! Não vá embora, por favor! Ninguém nunca ficou comigo por tanto tempo. E se você for… se você for embora… com você eu me lembro melhor das coisas, é verdade! Ouça! P. Sherman, 42… 42... eu me lembro, eu juro, está aqui! Eu sei! Eu sei porque, porque… porque quando te vejo, eu posso sentir. E quando olho para você eu… me sinto em casa. Por favor, não quero perder tudo isso, eu não quero esquecer.


– Me desculpe, Dory, mas eu quero."

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